ARGENTINA: Pela unidade dos trabalhadores contra o imperialismo e o fascismo!
Todos na Plenária Nacional do 21F no dia 8 de setembro!
Comitê de Ligação pela IV Internacional
Devido à complexidade da sociedade civil argentina e às conquistas da luta contra a ditadura militar (1976-1983), a ofensiva imperialista às vezes precisa se realizar por meio de eleições, como aconteceu com Mauricio Macri, ao contrário de outros países latino-americanos onde ocorreram golpes parlamentares, apoiados pelos poderes das forças armadas, judiciais e midiáticas (Brasil, 2016, Bolívia, 2019, Peru, 2022).
A recente projeção adquirida por dois fortes candidatos fascistas da burguesia argentina, Javier Milei e Patricia Bulriich, mostra que os agentes do imperialismo atingiram um nível mais elevado da sua escalada golpista no país. Imediatamente perpetraram uma onda de saques, organizada artificialmente pela direita, aproveitando-se da crescente miséria social do país.
O governo peronista de Fernández tenta se equilibrar entre o grande capital e os trabalhadores argentinos que nele votam, buscando a impossível tarefa de reconciliar as classes sociais inimigas, o que resulta no empobrecimento do povo e no enfraquecimento político do governo. O governo não estava disposto a enfrentar a chantagem imperialista e a organizar o povo para defender uma política soberana de desenvolvimento nacional contra o imperialismo e os patrões, razão pela qual lançou uma candidatura da ala direita do peronismo, Massa, para mediar a sua relação com o Estados Unidos, Unidos e com a UE.
Devido à sabotagem da economia argentina pelo FMI, houve um salto de qualidade na sua aproximação com a China, que assumiu parte da dívida da Argentina com o FMI, com Pequim substituindo o papel de credor que o FMI (o Banco imperialista) vinha cumprindo em relação a Buenos Aires, com recursos provenientes do câmbio entre os dois países.
Durante as últimas quatro décadas, o FMI tem sido um dos principais agentes de controle da economia argentina pelo capital financeiro internacional ligado ao sistema imperialista global. Na Cimeira dos BRICS de 2023, em Joanesburgo, foi acordado que a Argentina aderiria aos BRICS em janeiro de 2024.
O imperialismo corre contra o tempo e pretende abortar o rumo de alinhamento da Argentina com o bloco de nações opostas ao bloco hegemónico liderado pelos EUA, conduzindo o governo e o poder argentino a uma coligação fascista que rompa relações com a China, com o Brasil, aborte a entrada nos BRICS e, contra a corrente da economia mundial, deseja dolarizar a economia argentina. Como muitos analistas têm anunciado, a vitória do fascismo levará o país de uma crise económica ao caos social, um terreno favorável ao fascismo. Tal como as candidaturas fascistas já anunciaram, vêm impor um ataque brutal à vida da população para conseguir a recolonização do país com base na repressão brutal.
Como bem resume o manifesto da multissetorial 21F:
“A direita, seja com Milei ou com Bullrich, vem para tudo: para a destruição dos sindicatos e do modelo sindical por filiais, para acordos coletivos e fim da ultraatividade, para a eliminação das compensações, para desvalorizações muito mais brutal pior do que o que estamos a viver, devido à privatização de empresas públicas e à entrega directa de todos os nossos recursos naturais a fundos prósperos. E vieram determinados a impor tudo isso com repressão, custe o que custar, e independentemente da saúde dos trabalhadores." ( CONVOCAÇÃO À PLENÁRIA NACIONAL DO MULTISSECTOR 21 F )
A primeira e imediata tarefa dos trabalhadores na Argentina e em toda a América Latina é esmagar o fascismo e derrotar todos os agentes do imperialismo para não permitir que a crise se transforme em caos e ao mesmo tempo continuar a lutar por empregos, salários e uma vida digna. para todos."
Por esta razão, unimo-nos ao apelo do 21F multissetorial para a convocatória da Sessão Plenária Nacional na sexta-feira, 8 de setembro, às 10h00, contra o fascismo. O 21F é um fórum multissetorial ligado aos movimentos sindicais e sociais ligado ao peronismo e ao Papa Francisco. A TMB também publica e divulga o apelo, apesar das nossas diferenças com o peronismo e com o Papa, por reconhecer o grave momento em que a Argentina é o dominó a cair devido aos golpes de estado e ataques contra-revolucionários do imperialismo.
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Abaixo da Declaração de 21F
PONDO O PAÍS NO OMBRO PARA DERROTAR O FASCISMO CONVOCAÇÃO
PARA A PLENÁRIA NACIONAL DO MULTI-SETORIAL 21 F
Sexta-feira, 8 de setembro, na Biblioteca dos Caminhoneiros, às 10h.
Aos nossos queridos colegas da Multissetorial 21 F
Apelamos a todos os 21F multissetoriais que desempenharam um papel destacado na resistência ao governo neoliberal de Macri, na construção da unidade do campo popular e durante a pandemia, para que se reorganizem rapidamente neste momento decisivo para a Pátria.
A direita, seja com Milei ou com Bullrich, vem para tudo: para a destruição dos sindicatos e do modelo sindical por ramo, para os acordos colectivos e o fim da ultraactividade, para a eliminação da compensação, para desvalorizações brutais muito piores que as aquele que estamos a viver, devido à privatização de empresas públicas e à entrega directa de todos os nossos recursos naturais a fundos abutres. E vêm determinados a impor tudo isso com repressão, custe o que custar, e sem se importar com o destino dos trabalhadores.
O 21 F nasceu da luta contra estes planos antioperários e sempre teve como lema “Colocar a Pátria sobre os nossos ombros” e para além dos erros que o nosso governo da Frente de Todos cometeu, a desilusão que produziu em amplos sectores da população, e até mesmo das dúvidas que alguns possam ter em relação a este ou aquele candidato, é indiscutível que TUDO SERÁ MUITO PIOR se o Peronismo perder, e que DENTRO do Peronismo podemos continuar lutando por uma aposta distributiva com justiça social e por muitos dos pontos que reivindicamos em nosso programa de 21 pontos.
Sabemos que diversas organizações multissetoriais continuaram com o trabalho social, comunitário e produtivo, e outras permaneceram praticamente unidas, embora com cada grupo desenvolvendo seu trabalho separadamente, mas alertas caso alguma emergência nos convocasse novamente. A urgência chegou e o fascismo está ao virar da esquina.
Sabemos que muitos camaradas do 21F apoiaram a fórmula de Massa, outros de Grabois, outros de Moreno, outros de Schiaretti e até mesmo Libres del Sur ou algum candidato de esquerda nas últimas primárias. Mas agora, face ao avanço do fascismo, é imperativo atacar todos juntos na mesma direcção e impedir que a direita ou a extrema-direita voltem a governar na Argentina.
Por tudo isso, convocamos uma plenária nacional com a presença do nosso inspirador e maestro Pablo Moyano, na próxima sexta-feira, 8 de setembro, na Biblioteca dos Caminhoneiros, às 10h. Para quem é da Capital, Província de Buenos Aires, ou quem pode vir, está convidado a participar pessoalmente. Para todos os colegas do interior do país, que não podem viajar, poderão participar pelo Zoom de Ushuaia a La Quiaca.
Neste plenário não nos concentraremos na aprovação de projetos de lei ou de estágios, mas em como redobrar a campanha em todo o país para convencer os mais de 11 milhões de compatriotas que, por desilusão e raiva, não foram votar. E falaremos com a verdade, sem esconder os graves problemas que existem, mas não sem avisar que tudo poderá ser infinitamente pior com a volta do direito ao poder. E como nos ensinou San Martín: “Quando a Pátria está em perigo, tudo é permitido, menos não defendê-la”.
O 21F foi a espinha dorsal da resistência quando o macrismo venceu em 2017 e com greves, mobilizações e muita militância viramos a situação e conseguimos derrotar a direita. Hoje a Pátria exige que voltemos a campo e coloquemos novamente a Pátria sobre nossos ombros para continuar lutando por uma Argentina justa, livre e soberana e para receber nosso querido Papa Francisco no próximo ano, com um governo peronista.
No dia 8 de setembro, às 10h, presencial ou virtual, esperamos todos vocês.
Pablo Moyano
Secretário Geral da CGT
Gustavo Vera
Diretor do Comitê Executivo de Combate ao Tráfico e Exploração de Pessoas
Coordenação Federal do 21F
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