Mobilizar o povo para enfrentar a chantagem do Congresso
Reproduzimos abaixo a nota semanal de conjuntura da Organização Marxista Arma da Crítica
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A burguesia brasileira em todos os seus matizes não está disposta a negociar os termos do ajuste ultraliberal. Ela não quer ouvir falar em revogação mesmo que parcial das reformas regressivas aplicadas a partir do golpe em 2016. Mesmo as propostas do atual governo, que buscam reformar os aspectos mais agressivos do ultraliberalismo, são admitidas.
A idéia de que temos instalado um governo de coalizão é ilusória. Falar em um governo com tal característica pressupõe um pacto entre as classes através de suas representações políticas. Mas o que se observa é um governo em que a burguesia não quer ceder nada ao povo. Para isso, vale-se do controle que as forças políticas conservadoras e mesmo fascistas tem sobre a Câmara dos Deputados, através do seu presidente Artur Lira (PP/AL), para controlar as ações do governo Lula.
Lira, político abominável que atua no ramo da agropecuária, foi destacado pela burguesia para atuar quase como chefe de governo. Sua função é a de impedir que o atual governo reveja mesmo parcialmente aspectos do ajuste ultraliberal. Cumprindo o papel de cão de guarda dos interesses da sua classe, Lira já mandou recados a Lula de que “Capitalização da Eletrobrás, Banco Central Independente, marco do saneamento, cabotagem, tantos outros projetos estruturantes para este País, não serão revistos”.
A posição de Lira é reforçada pela Folha de São Paulo, que extravasa as opiniões da poderosa burguesia paulistana. Em sua edição de 04 de junho, o jornalão publicou seu editorial na capa tecendo duras críticas ao atual governo, acusando-o de oferecer risco elevado de retrocesso econômico, o que afetaria diretamente um suposto “bem estar da sociedade brasileira”. E saúda, ao final, que caso Lula não abandone o que o editorial considera “a repetição de velhos erros”, “que o Congresso Nacional, hoje mais protagonista, o faça”.
Assistimos a uma chantagem da burguesia brasileira ao atual governo, apoiada no Congresso. Lula foi eleito com a expectativa popular de mudar o rumo da economia e não para fazer mais do mesmo. Porém, na defesa de seus interesses, a burguesia se vale de um Congresso desmoralizado aos olhos do povo para travar qualquer medida reformista mesmo do ajuste ultraliberal do atual governo. Essa relação é a causa de atritos entre os poderes, como o Congresso se imiscuindo em assuntos do executivo, chantageando-o e podendo até paralisar suas ações.
É muito limitado trabalhar com a perspectiva de que essa situação será resolvida pelo carisma e habilidade política de Lula, ou por movimentos do executivo federal que inibam as chantagens de Artur Lira. Isso exige a entrada em cena das massas trabalhadoras, único sujeito político capaz de desatar esse nó de um ponto de vista avançado. Cabe à esquerda em geral esse papel de mobilizar o povo, única fonte confiável com a qual o governo pode contar, caso Lira e a burguesia aumentem o tom da ameaça e chantagem. Lula precisa se cuidar para que Lira não seja para ele o que Eduardo Cunha foi para Dilma.
A burguesia brasileira em todos os seus matizes não está disposta a negociar os termos do ajuste ultraliberal. Ela não quer ouvir falar em revogação mesmo que parcial das reformas regressivas aplicadas a partir do golpe em 2016. Mesmo as propostas do atual governo, que buscam reformar os aspectos mais agressivos do ultraliberalismo, são admitidas.
A idéia de que temos instalado um governo de coalizão é ilusória. Falar em um governo com tal característica pressupõe um pacto entre as classes através de suas representações políticas. Mas o que se observa é um governo em que a burguesia não quer ceder nada ao povo. Para isso, vale-se do controle que as forças políticas conservadoras e mesmo fascistas tem sobre a Câmara dos Deputados, através do seu presidente Artur Lira (PP/AL), para controlar as ações do governo Lula.
Lira, político abominável que atua no ramo da agropecuária, foi destacado pela burguesia para atuar quase como chefe de governo. Sua função é a de impedir que o atual governo reveja mesmo parcialmente aspectos do ajuste ultraliberal. Cumprindo o papel de cão de guarda dos interesses da sua classe, Lira já mandou recados a Lula de que “Capitalização da Eletrobrás, Banco Central Independente, marco do saneamento, cabotagem, tantos outros projetos estruturantes para este País, não serão revistos”.
A posição de Lira é reforçada pela Folha de São Paulo, que extravasa as opiniões da poderosa burguesia paulistana. Em sua edição de 04 de junho, o jornalão publicou seu editorial na capa tecendo duras críticas ao atual governo, acusando-o de oferecer risco elevado de retrocesso econômico, o que afetaria diretamente um suposto “bem estar da sociedade brasileira”. E saúda, ao final, que caso Lula não abandone o que o editorial considera “a repetição de velhos erros”, “que o Congresso Nacional, hoje mais protagonista, o faça”.
Assistimos a uma chantagem da burguesia brasileira ao atual governo, apoiada no Congresso. Lula foi eleito com a expectativa popular de mudar o rumo da economia e não para fazer mais do mesmo. Porém, na defesa de seus interesses, a burguesia se vale de um Congresso desmoralizado aos olhos do povo para travar qualquer medida reformista mesmo do ajuste ultraliberal do atual governo. Essa relação é a causa de atritos entre os poderes, como o Congresso se imiscuindo em assuntos do executivo, chantageando-o e podendo até paralisar suas ações.
É muito limitado trabalhar com a perspectiva de que essa situação será resolvida pelo carisma e habilidade política de Lula, ou por movimentos do executivo federal que inibam as chantagens de Artur Lira. Isso exige a entrada em cena das massas trabalhadoras, único sujeito político capaz de desatar esse nó de um ponto de vista avançado. Cabe à esquerda em geral esse papel de mobilizar o povo, única fonte confiável com a qual o governo pode contar, caso Lira e a burguesia aumentem o tom da ameaça e chantagem. Lula precisa se cuidar para que Lira não seja para ele o que Eduardo Cunha foi para Dilma.
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