Cento e poucos dias do governo Lula
A eleição e posse do presidente Lula, representa a esperança do povo da reversão do golpe que feriu de morte os direitos dos trabalhadores e levou milhões de brasileiros a situação de miséria absoluta, sem falar dos milhares que morreram vítimas da irresponsabilidade do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia do Covid-19.
Lula mesmo antes de assumir o governo, teve de negociar com o Congresso medidas emergenciais para viabilizar seu projeto, pois Bolsonaro tratou de sabotar a posse e criar dificuldades para o início do governo, com dificuldades que ainda persistem.
Já nos primeiros dias de governo, Lula enfrenta a fúria fascista com a tentativa frustrada de golpe e a invasão do palácio do governo, sede do STF e do Congresso Nacional. O governo contou com amplo apoio do Povo que no dia posterior a tentativa frustrada de golpe, saiu espontaneamente as ruas em apoio ao governo e no combate ao fascismo. Lula enfrentou com habilidade a intentona fascista.
Lula deu visibilidade a tentativa concreta impetrada pelo governo anterior de exterminar os povos ianomâmis. O Presidente compareceu em Roraima e colocou o Estado brasileiro na proteção daqueles povos. Retomou o programa Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, brecou a farra privatista, com destaque a retirada dos Correios do processo de privatização. Indicou a ex presidente Dilma para presidir o banco dos BRICS.
Mas as insuficiências do governo Lula são enormes, tem um parlamento com a maioria adversa, não controla a mídia, nem as forças de “segurança” as inúmeras policias; os órgãos de informação, o poder judiciário, o banco central e não há perspectiva do fim da tutela militar sobre a política brasileira. Sem falar no próprio ministério do governo, Tebet, Marina Silva, Fernando Haddad com seu famigerado arcabouço fiscal...
Não há um projeto de reverter as privatizações, de acabar com as contras reformas, devolver os direitos aos trabalhadores, de revogar de uma vez a reforma do ensino médio. Pelo contrário, agem para censurar Lula, não querem que ele fale: Lula denunciou o golpe ocorrido em 2016 e a mídia caiu em cima, denunciou como farsa da suposta trama do crime organizado contra o Moro e apareceu porta vozes afirmando que ele não disse bem isso, não foi isso que ele quis dizer. E o Lula tinha razão. Agora Lula defendeu que o comércio entre os países, não seja mais lastreado no dólar... ao analisar a guerra na Ucrânia Lula foi ao cerne da questão: não é suficiente falar com Zelensky e Putin é preciso convencer os Estados Unidos e a Europa de parar de fomentar a guerra. O que não falta é interlocutores para interpretar as falas de Lula ao modo de não desagradar o imperialismo.
Vivemos tempos difíceis, tempos que antecedem um confronto bélico generalizado.
Neste embrulho que o governo Lula está inserido, é preciso contar com o Povo trabalhador como aliado, como protagonista. Faz-se necessário que Lula utilize sua liderança para pôr o Povo em movimento ganhar as ruas em defesa do Brasil com um projeto soberano. Também é necessário que o movimento sindical e popular rompa com a inércia e ganhe as ruas. O futuro se constrói no presente, quem lutar saberá que é possível, uma vida com dignidade e sem grilhões e um novo dia de liberdade que nascerá da luta em defesa do nosso povo e de nosso chão.
Abaixo o Fascismo!
Contra o Imperialismo!
Viva a Unidade dos revolucionários!
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