Há uma guerra interimperialista?
Trabalhadores, quando falarem que há uma guerra interimperialista, ou que a Rússia e a China querem dominar o mundo. Duvidem.
Olhem para
esses dados.
Os países
imperialistas, isto é, os centros que controlam o capital financeiro são os
maiores exportadores de armas do mundo. EUA, França, Itália, Alemanha, Espanha
e Reino Unido concentraram 66,2% das exportações de armas no mercado mundial
entre 2018-2022. Se forem somadas as exportações de Coreia do Sul e Israel, duas
potências regionais vinculadas ao sistema o imperialista hegemonizado pelos
EUA, o percentual sobe para 70,9%. Enquanto isso, Rússia e China são
responsáveis apenas por 21,5% do mercado mundial de exportação de armas.
Segundo o relatório do Instituto Internacional
de Pesquisa para a Paz de Estocolmo-Suécia[1]
(Sipri, na sigla em inglês) divulgado na segunda-feira (13/03), que analisa e
compara o comércio armamentista global em períodos de quatro anos, há uma
corrida armamentista na Europa. A importação de pelos países europeus — a
maioria delas vinda dos EUA— aumentou 47%, e a dos membros europeus da OTAN,
65%. A razão para este aumento é, lógico, a guerra da Ucrânia-OTAN contra a
Rússia.
Antes da guerra, a Ucrânia não tinha um
papel relevante no comércio internacional de armas. Grande parte de seu
equipamento de defesa ou era fabricado em solo nacional, ou provinha herança da
antiga URSS. Hoje, de acordo com o relatório do Sipri, a Ucrânia ocupa o 14º
lugar na lista de importadores mundiais. Considerando-se apenas 2022, o país
sobe para a 3ª posição.
Quando o relatório do Sipri se refere a
"transferências de armas", inclui tanto o comércio como à assistência
militar (gratuita), a qual é a principal fonte armamentista da Ucrânia. Nesse
caso, em geral não se trata dos equipamentos mais modernos, mas de excedentes
dor arsenais de outras nações. Noutras palavras, a Ucrânia está sendo usada
para: 1) desgastar a Rússia para um futuro saque e desmembramento pelo
imperialismo; 2) como um mercado de armas de “segunda mão” para os lucros das
indústrias armamentistas dos países imperialistas.
Apesar da entrega maciça de armamento
dos EUA à Ucrânia em 2022, o governo imperialista dos EUA enviou mercadorias de
maior valor para Kuwait, Arábia Saudita, Catar e Japão. Estes quatro países
compraram equipamentos particularmente novos e sofisticados, como aviões de
combate. Isso, para o cerco da China.
Enquanto isso, o governo fantoche
neonazista da Ucrânia, tem solicitado urgentemente aos aliados ocidentais essas
armas, mas até o momento não obteve, porque é apenas um peão descartável na
estratégia do imperialismo de domínio completo do mundo.
Quais as conclusões dessa primeira
leitura do relatório do Sipri?
Primeira, há uma guerra dos países
imperialistas contra a Rússia, utilizando o governo neonazista da Ucrânia. A
resistência da Rússia é anti-imperialista e de libertação nacional das
populações russas no território ucraniano.
Segunda, as guerras são um grande
negócio para os países imperialistas. O imperialismo necessita da indústria
armamentista para manter seus lucros e oprimir povos, nações e trabalhadores em
todo o mundo. O sistema imperialista, sob a hegemonia americana não quer a paz.
Terceira, os trabalhadores devem lutar
pela derrota do imperialismo na Ucrânia. Os trabalhadores devem estar ao lado
da Rússia. Também, os trabalhadores devem se posicionar contra o cerco à China.
A derrota do imperialismo em qualquer
lugar do mundo favorece as lutas dos trabalhadores no Brasil.
Gastos militares de 1830 a 2019 (clique na imagem para acessar o vídeo)
[1] https://www.sipri.org/media/press-release/2023/surge-arms-imports-europe-while-us-dominance-global-arms-trade-increases
Nenhum comentário