Conceitos elementares de Materialismo Histórico - I
CONCEITOS |
DEFINIÇÃO |
TRABALHO |
Atividade
teleologicamente orientada para a transformação da natureza com o objetivo de
satisfazer as necessidades humanas. |
PRODUÇÃO |
A
produção dos bens materiais de que o homem se utiliza para a satisfação de
suas necessidades constitui a base da vida social. |
ELEMENTOS DA
PRODUÇÃO |
Trabalho
- Meios de Trabalho - Objetos de Trabalho |
MEIOS DE
TRABALHO |
Os
meios de trabalho são todas as coisas, com o auxílio das quais o homem exerce
sua ação, atua sobre os objetos de trabalho, adaptando-os para a satisfação
de suas necessidades. São meios de trabalho máquinas e equipamentos, edifícios
destinados a fins produtivos, as instalações produtivas, as ferrovias,
rodovias, instalações portuárias, aeroportuárias, usinas hidrelétricas. |
OBJETOS DE
TRABALHO |
Os
objetos de trabalho são todas as coisas sobre as quais se exerce o trabalho
do homem, mediante o uso dos meios de trabalho. São objetos de trabalho as
matérias-primas, o solo agrícola, as jazidas minerais, as florestas etc. |
MEIOS DE
PRODUÇÃO |
Considerados
em seu conjunto, os meios de trabalho e os objetos de trabalho formam os
meios de produção. MEIOS
DE TRABALHO + OBJETOS DE TRABALHO = MEIOS DE PRODUÇÃO |
FORÇAS
PRODUTIVAS |
O
homem, com seus conhecimentos e habilidades orientados para fins produtivos,
mais os meios de produção constituem as forças produtivas da sociedade. HOMEM
(TRABALHO) + MEIOS DE PRODUÇÃO = FORÇAS PRODUTIVAS |
RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO |
Na
produção dos bens materiais para a satisfação de suas necessidades, os homens
concretos, os homens contraem inúmeras relações entre si, denominadas
relações de produção, que podem ser de cooperação ou de exploração. |
MODO DE
PRODUÇÃO |
As
forças produtivas e as relações de produção constituem o modo de produção. FORÇAS
PRODUTIVAS + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO = MODO DE PRODUÇÃO |
MODO DE
PRODUÇÃO COMUNAL-PRIMITIVO |
1. Instrumentos
de trabalho extremamente rudimentares e baixíssima produtividade. 2. Inexistência
da propriedade privada dos meios de produção e, conseqüentemente,
inexistência de classes sociais e Estado. 3. Propriedade
coletiva dos meios de produção, trabalho coletivo e distribuição igualitária
dos bens produzidos. 4. Divisão
natural do trabalho: por sexo e idade. 5. Luta
permanente para assegurar a sobrevivência em condições precárias dos membros
da comunidade. |
MODO DE
PRODUÇÃO ESCRAVISTA |
1. Propriedade
privada dos senhores de escravos sobre os meios de produção, bem como sobre
os próprios trabalhadores (escravos). 2. Produtividade do trabalho
relativamente elevada, permitindo ao trabalhador criar um sobreproduto que é
apropriado pelo senhor de escravos. 3. Sobreproduto é a produção que
ultrapassa aquela necessária à sobrevivência do trabalhador. O sobreproduto é
criado pelo sobretrabalho, que é a fração de tempo de trabalho além daquele
necessário à produção do mínimo de que o trabalhador (escravo) necessita para
sua sobrevivência. 4. Divisão social do trabalho, entre a
cidade e o campo, entre pastores e agricultores, entre artesãos, entre o trabalho
manual e o trabalho intelectual. 5. Produção destinada essencialmente
ao consumo local. 6. A escravidão é a primeira e mais
brutal forma de exploração do homem pelo homem. |
MODO DE
PRODUÇÃO FEUDAL |
1.
Propriedade privada dos senhores feudais sobre os
meios de produção. 2.
Propriedade incompleta dos senhores feudais sobre
os servos da gleba. Estes, embora estejam vinculados ao feudo, já dispõem de
mais liberdade, possuem instrumentos de trabalho e outros bens próprios. 3.
Divisão da sociedade em duas classes sociais
fundamentais: senhores feudais (donos da terra) e servos da gleba
(camponeses). Crescente divisão social do trabalho. 4.
Produção destinada essencialmente ao consumo
local. 5.
Pagamento da renda da terra pelos camponeses aos
senhores feudais em trabalho gratuito, em produto ou em dinheiro.
|
MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA |
1.
Propriedade privada sobre os meios de produção e
divisão da sociedade em duas classes sociais fundamentais antagônicas, novas
e qualitativamente diferentes das classes sociais dos modos de produção
escravista e feudal: a burguesia e o proletariado. 2.
Generalização da produção de mercadorias, isto é,
da produção destinada à venda, ao mercado. Tudo, na sociedade capitalista se
transforma em mercadoria, inclusive a força de trabalho. 3.
O trabalhador é livre para vender sua força de
trabalho à classe capitalista no mercado. É livre num duplo sentido: a) pode
vender sua força de trabalho ao capitalista que lhe fizer melhor oferta, isto
é, lhe pagar o melhor salário; b) e é livre, também, porque não possui meios
de produção para criar os bens necessários para sua sobrevivência e, dessa
maneira, está sempre disponível para o trabalho assalariado. 4.
A essência do capitalismo é a exploração do
trabalho assalariado pelos capitalistas, para a produção da mais-valia. |
* Professor da Universidade Estadual do Ceará-CE e coordenador do Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário – IMO.
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