Medidas emergências em relação a forma da campanha, com qual classe se comprometer e ao uso da mídia
A campanha nesse segundo precisa ser muito diferente do primeiro se o objetivo é ganhar. Precisa romper com a política de paz e amor, não capitular aos aliados burgueses de primeira ou de última hora e assumir táticas agressivas e de classe contra o inimigo. Deve ser dirigida primeiramente para conquistar aos milhões que se abstiveram. Mas também devem acossar o inimigo para induzir os que votaram nele no primeiro turno a se absterem, votarem nulo ou, se possível, virar completamente o voto em favor de Lula, como tem acontecido em alguns setores da base religiosa das empresas-igrejas que apoiam Bolsonaro.
1. Campanha de casa em casa, nos locais de trabalho, estudo. Os defensores da vitória de Lula devem combinar a organização de brigadas de convencimento em todos os locais em todos os momentos e também, passeatas arrastão pelos centros das cidades, mas principalmente pelos bairros proletários. Essa é a eleição mais importante da vida de todos os brasileiros. Definirá o futuro da vida no país e no continente, o recrudescimento do regime bolsonarista, sua perpetuação no poder ou não.
2. A campanha de Lula deve demonstrar inequivocamente seu compromisso para livrar-se de toda a herança maldita golpista e bolsonarista, revogando não apenas os sigilos sobre os crimes que Bolsonaro quer esconder, mas principalmente as reformas (da previdência, trabalhista, do ensino médio), medidas antissociais (EC95), privatizações (Eletrobrás), mas também não deve perpetuar tais ataques ao povo rompendo com a política de concessões programáticas aos aliados burgueses e da direita (reforma administrativa, privatizações, teto de gastos, entrega da Amazônia para o capital estrangeiro).
3. A continuidade da preocupação do ponto anterior, Lula deve emitir sinais claros para os eleitores, compostos quase em sua totalidade pelos trabalhadores assalariados, deve comprometer-se firmemente com os trabalhadores, prometer medidas concretas para mudar suas vidas. Por isso, deve assumir um programa classista de:
A. defesa do emprego com carteira assinada e todos os direitos garantidos para toda a classe trabalhadora, a começar das trabalhadoras domésticas, contra a fome, a miséria, o subemprego, a terceirização, o trabalho escravo;
B. defesa do salário digno do Dieese para recuperar as condições de vida dignas para a população contra a inflação;
C. anistia das dívidas da população trabalhadora, da classe média e da pequena burguesia com os bancos, cartões e com grandes empresários, a alta burguesia. Essa luta deve estar combinada a auditoria cidadã da aviltante dívida pública;
D. redução da jornada de trabalho para 35h de trabalho rumo ao pleno emprego para toda a população economicamente ativa.
4. No terreno midiático deve ser declarada guerra total contra o bolsonarismo e suas fake news e todas as armas, todos os meios devem ser usados para desmoralizar, desmascarar, ridicularizar, dividir Bolsonaro de sua base fanatizada e demonstrar o quão perigoso é sua vitória.
O partido bolchevique não abriu mão de apelar a guerra santa em plena guerra civil, de figurar Trotsky como São Jorge. O partido mais revolucionário dentre todos os partidos comunistas defendeu pão, paz e terra, mesmo não sendo economicista, pacifista nem defensor da propriedade privada dos meios de produção.
5. No terreno da defesa da vida da população, dos eleitores, dos militantes e do próprio Lula é necessário criar comitês de autodefesa baseado nas organizações de massas, sindicatos, associações, comites populares, contra os ataques do bolsonarismo, para garantir a paz nas eleições, para assegurar a vitória eleitoral, assegurar a posse e, sobretudo, para assegurar o cumprimento das reivindicações da classe trabalhadora.
Por isso, nesse segundo turno: Para vencer, Lula precisa realizar um giro classista na campanha, chega de adotar cores pacifistas recomendada por antigos rivais, chega de indefinições programáticas em favor das alianças da frente ampla com golpistas e bolsonaristas de primeira hora, é preciso enfrentar o fascismo com métodos proletários.
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