Uma ala grande da esquerda brasileira tornou-se funcional a ofensiva golpista a serviço do imperialismo e disfuncionais a si mesmo, entraram em rota liquidacionista. Muitos grupos que apoiaram o golpe de 2016 definharam desde então. Alguns partidos e organizações de esquerda adotaram posições políticas aventureiras que foram funcionais a campanha da direita pelo Golpe de Estado. Na vanguarda, que já se encontrava confundida e desmoralizada pela política de conciliação de classes do PT, a política desses agrupamentos serviu para dividir a resistência e fortalecer a ofensiva ideológica da direita, um caminho oposto ao da construção de uma alternativa proletária e revolucionária a falência do petismo.
Mesmo entre os que se somaram a luta contra Temer e os golpistas tardiamente, depois que o impeachment foi aprovado, muitos ainda não reconhecem que existiu um Golpe de Estado no Brasil. Ninguém combate firmemente o que despreza ou subestima. E precisamos de muita força para derrotar o maior ataque aos trabalhadores de toda sua história. Combater essas posições divisionistas dentro da vanguarda em favor da unidade na ação da esquerda contra a ofensiva da direita é a função deste artigo. "Vamos precisar de todo mundo para banir do mundo a opressão", como diz a canção de Beto Guedes.
Historicamente a forma de centrismo mais conhecida é a de um grupo que atua como apêndice de esquerda do oportunismo (também conhecido como reformismo). Esse centrismo justifica o desvio do processo proletário revolucionário pelos reformistas, a ascensão de governos de frente popular que abortam o avanço da luta de classes. Mas, em situações de refluxo da luta, agrupamentos centristas podem buscar tirar proveito da ofensiva da reação, de Golpes de Estado, da derrota que a direita pró-imperialista impõe sobre o oportunismo. Quase sempre fracassam nessa empreitada e são vítimas de seus aliados de direita.
A definição clássica aponta o centrismo como revolucionário de palavras e oportunista na ação. Logo, o centrismo é uma variação do oportunismo com uma fraseologia ultra-esquerdista, sectária. A barbárie capitalista, derrotas sucessivas do proletariado e traições das direções tradicionais do movimento operário empurram setores do centrismo para o sectarismo.
A totalidade da população trabalhadora sentiu as diferenças do golpe de Estado de 2016 e da ascensão de Bolsonaro através do golpe eleitoral de 2018. Mas os sectários seguem não distinguindo a democracia burguesa do fascismo. Ainda que a democracia dos ricos não deva ser defendida, o golpismo e o fascismo necessitam sempre ser combatidos porque colocam a luta de classe em um terreno mais desfavorável para os trabalhadores, como se demonstrou em todos esses anos após o golpe de 2016, anos de destruição de direitos, superexploração do trabalho, explosão da miséria e da fome no nosso lado e acumulação inédita de capitais para a burguesia.
Na Argentina, em 1945, o PC se somou a oposição antiperonista dirigida pelo embaixador dos EUA, Spruille Braden. Em 1955, o PC apoiou o golpe contra Peron e em 1976 o PC Argentino apoiou a ditadura genocida dos militares atendendo aos interesses do Kremlin. O fato do oportunismo de direita, ou antiperonismo de esquerda, ser mais desenvolvido na Argentina é uma das causas fundamentais para fenômenos históricos na luta de classes do país como a escassa influencia da esquerda no movimento operário, a não criação de partidos operários burgueses e a inexistência de frentes populares na histórica politica argentina.
No Brasil, em 1954, o PCB se emblocou com o movimento reacionário pela derrubada de Getúlio com críticas moralistas. Quando Getúlio evita o Golpe de Estado com seu suicídio e provoca uma imensa comoção popular, as massas saem as ruas para destruir os jornais da direita golpista e também a sede do jornal do PCB. Esse erro grave do stalinismo atraiu para si um imenso ódio popular. O PC se reorientou depois de um grande susto e migrou do sectarismo para o oportunismo em relação ao nacionalismo burguês. Dez anos depois, o PCB subestimou o Golpe militar, acreditou em excesso na colaboração de classes com o nacionalismo burguês e nos militares nacionalistas.
A medida em que a ficha cai, a um alto custo para toda a vanguarda e para a nossa classe, a maior parte desse setor vai abandonando a posição original equivocada e migrando para a resistência. Todavia, uma fração cada vez mais minoritária tem se tornado ainda mais recalcitrante e segue ajudando nossos inimigos a imporem um Estado de exceção no Brasil, comemorando a vitória do Golpe, embelezando com uma fraseologia de esquerda os argumentos golpistas e a farsa do "combate a corrupção" e reivindicando, por exemplo, a prisão de Lula.
Mesmo entre os que se somaram a luta contra Temer e os golpistas tardiamente, depois que o impeachment foi aprovado, muitos ainda não reconhecem que existiu um Golpe de Estado no Brasil. Ninguém combate firmemente o que despreza ou subestima. E precisamos de muita força para derrotar o maior ataque aos trabalhadores de toda sua história. Combater essas posições divisionistas dentro da vanguarda em favor da unidade na ação da esquerda contra a ofensiva da direita é a função deste artigo. "Vamos precisar de todo mundo para banir do mundo a opressão", como diz a canção de Beto Guedes.
Historicamente a forma de centrismo mais conhecida é a de um grupo que atua como apêndice de esquerda do oportunismo (também conhecido como reformismo). Esse centrismo justifica o desvio do processo proletário revolucionário pelos reformistas, a ascensão de governos de frente popular que abortam o avanço da luta de classes. Mas, em situações de refluxo da luta, agrupamentos centristas podem buscar tirar proveito da ofensiva da reação, de Golpes de Estado, da derrota que a direita pró-imperialista impõe sobre o oportunismo. Quase sempre fracassam nessa empreitada e são vítimas de seus aliados de direita.
A definição clássica aponta o centrismo como revolucionário de palavras e oportunista na ação. Logo, o centrismo é uma variação do oportunismo com uma fraseologia ultra-esquerdista, sectária. A barbárie capitalista, derrotas sucessivas do proletariado e traições das direções tradicionais do movimento operário empurram setores do centrismo para o sectarismo.
“Sob a influência da traição e da degenerescência das organizações do proletariado nascem ou se regeneram, na periferia da IV Internacional, grupos e posições sectárias de diferentes gêneros… Permanecem indiferentes à luta que se desenvolve no seio das organizações reformistas, como se pudéssemos conquistar as massas sem intervir nesta luta! Recusam-se a distinguir, na prática, a democracia burguesa do fascismo, como se as massas pudessem deixar de sentir essa diferença a cada passo!” Leon Trotsky, o Programa de Transição, 1938
A totalidade da população trabalhadora sentiu as diferenças do golpe de Estado de 2016 e da ascensão de Bolsonaro através do golpe eleitoral de 2018. Mas os sectários seguem não distinguindo a democracia burguesa do fascismo. Ainda que a democracia dos ricos não deva ser defendida, o golpismo e o fascismo necessitam sempre ser combatidos porque colocam a luta de classe em um terreno mais desfavorável para os trabalhadores, como se demonstrou em todos esses anos após o golpe de 2016, anos de destruição de direitos, superexploração do trabalho, explosão da miséria e da fome no nosso lado e acumulação inédita de capitais para a burguesia.
É mais popular na literatura marxista, a crítica do centrismo que descamba para o oportunismo e não para o sectarismo. Todavia, quando esse salto de qualidade na política das organizações centristas ocorre em momentos de ofensiva da reação burguesa, elas podem ser conduzidas a condição de auxiliar do processo contrarrevolucionário. O sectarismo deixa de ser apenas estéril para se tornar funcional a reação triunfante. Trata-se de um fenômeno pernicioso a luta revolucionária, ao movimento operário e a sua vanguarda combativa e as próprias organizações sectárias.
Na Argentina, em 1945, o PC se somou a oposição antiperonista dirigida pelo embaixador dos EUA, Spruille Braden. Em 1955, o PC apoiou o golpe contra Peron e em 1976 o PC Argentino apoiou a ditadura genocida dos militares atendendo aos interesses do Kremlin. O fato do oportunismo de direita, ou antiperonismo de esquerda, ser mais desenvolvido na Argentina é uma das causas fundamentais para fenômenos históricos na luta de classes do país como a escassa influencia da esquerda no movimento operário, a não criação de partidos operários burgueses e a inexistência de frentes populares na histórica politica argentina.
No Brasil, em 1954, o PCB se emblocou com o movimento reacionário pela derrubada de Getúlio com críticas moralistas. Quando Getúlio evita o Golpe de Estado com seu suicídio e provoca uma imensa comoção popular, as massas saem as ruas para destruir os jornais da direita golpista e também a sede do jornal do PCB. Esse erro grave do stalinismo atraiu para si um imenso ódio popular. O PC se reorientou depois de um grande susto e migrou do sectarismo para o oportunismo em relação ao nacionalismo burguês. Dez anos depois, o PCB subestimou o Golpe militar, acreditou em excesso na colaboração de classes com o nacionalismo burguês e nos militares nacionalistas.
Devido a esses erros históricos, o PCB chegou ao século XXI como a unha do dedo mindinho do outrora "Partidão". Demonstrando que muito pouco aprendeu com a própria história, em 2016, subestimou mais uma vez o novo golpe de Estado e, assim como em 1954, flertou novamente com o movimento golpista.
Em 2015, o PCB se opôs ao impeachment de Dilma porque "não visa resolver nenhum dos graves problemas que afligem a maioria do povo brasileiro" (O PCB e o ato contra o impeachment da presidente Dilma, dia 16 de dezembro) e em 16 de abril de 2016, ficou em casa e se opôs as manifestações da esquerda contra o impeachment com a chamada esquerdista "Nem impeachment nem pacto com a burguesia: A saída é pela esquerda!" justificando sua posição de não caracterizar o impeachment como golpe nem lutar contra ele. No dia seguinte, 17 de abril, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório com 367 votos favoráveis e 137 contrários. Mas em 2 de abril de 2016, o principal youtuber do partido agitava em suas redes sociais: "Não, não prestamos qualquer apoio ao Governo do PT e não entramos na histeria de golpe". Jones Manoel e divulgava fotos de manifestações da participação da UJC e do PCB nas manifestações de rua (post apagado do Instagram que reproduzimos abaixo).
No Brasil em 2016, os maoístas no Brasil adotaram uma política de "nem - nem", se opuseram a caracterizar o impeachment de Golpe "o oportunismo petista e seus congêneres, seguem denunciando “o golpe”, com o que chantageiam o campo progressista buscando constranger suas forças a cerrar fileiras com eles etc., atacar Temer acusando-o de “dar o golpe para voltar com a política neoliberal”, não combateram o golpe, e como o PCB demonstraram uma certa simpatia pelo mesmo em seu "Editorial - Mudou para continuar o mesmo" no n° 169, de maio de 2016 em seu periódico Nova Democracia, tanto ocultando que a mudança foi para pior quanto flertando com a possibilidade de que com Temer e os golpistas de alguma forma as coisas poderiam melhorar.
Esses senhores acreditam que podem tomar um atalho para sua autoconstrução tirando uma casquinha da reação política. Uns mais entusiastas e outros envergonhados, apoiam a onda contrarrevolucionaria, participam de suas manifestações de rua, defendem o impeachment e a prisão da direção petista, buscam aprimorar a torquemada operação "Lava Jato", o pré-ambulo de um ataque de proporções muito maiores ao proletariado e suas conquistas históricas.
Relutam: "não considero mais o PT de esquerda". Em relação a direita o PT segue sendo de esquerda, reformista. Ainda que suas reformas sejam muito limitadas e se mesclem com medidas neoliberais, fruto de sua adaptação a pressão do imperialismo e do grande capital, as ambições da direita contra as condições de vida das massas são muito mais perversas e não é pondo um sinal de igual entre PT e a direita que vamos superá-lo. O PT se aburguesou, mas segue sendo a referência de esquerda para a população. As massas também sabem que o PT não é mais aquele, mas não possuem nada melhor em sua resistência pacífica pela conservação de suas condições de vida. Não é por acaso que os golpistas querem prender Lula e tirá-lo das competições eleitorais futuras. "Sim, mas o PT...". Sim, o PT traiu e vai continuar traindo a população trabalhadora e precisamos superá-lo, mas com uma nova onda ascendente do proletariado e não com pretensos atalhos oportunistas em favor da contrarrevolução.
Em seguida, Trotsky recorda como mesmo as portas da revolução de outubro de 1917 a direção bolchevique se opôs a agitação do "Abaixo o governo provisório" de Kerensky. Porque o bolchevismo era ainda naqueles meses decisivos minoria na classe operária e nos sovietes e para não parecerem aos olhos das massas como auxiliares da contrarrevolução que se alçava a um Golpe de Estado sob a liderança de Kornilov, ainda que o partido propagandeasse a necessidade da revolução proletária contra o governo de colaboração de classes:
Nas décadas de 1960 e 70, Mao Tsé Tung realiza um giro sectário com a esquerda e oportunista com o imperialismo, caracterizava a URSS de "social imperialismo" e fez aliança com os EUA contra a União Soviética, a quem considerava o inimigo principal da China no início da década de 70. Em 1973, a China reconheceu e apoiou a ditadura genocida de Pinochet no Chile, que derrubou por um Golpe de Estado sanguinário o governo de frente popular de Salvador Allende, que possuía boas relações com a URSS.
No século XXI no Brasil, pseudo-marxistas de todas as colorações a anarquistas aderiram ou flertaram com o sectarismo golpista. A maioria dos agrupamentos que se reivindicam trotskistas, como o PSTU, a MES/PSOL, CST/PSOL, TS e o MRS adotou essa posição. Esses agrupamentos subestimaram e se opuseram a caracterizar o Golpe de Estado como tal. Desprezam a ação e a força política do imperialismo e da direita burguesa e creditam toda a derrota ao reformismo, que apenas pavimenta, ajuda, auxilia o ascenso da direita, mas não é ele a própria direita nem é o inimigo principal do proletariado. O oportunismo e a política da frente popular, tática herdada do stalinismo e da social democracia e convertida em estratégia, de fato desorganizam as forças dos trabalhadores, mas são apenas um dos atores da luta de classes, o inimigo principal influencia os reformistas e alimenta suas ilusões, mas a burguesia possui outras frentes políticas, tem sua própria coalizão na guerra de classes e pôs em prática essa coalizão no impeachment de 2016 e nas eleições de 2018.
Ver também:
Tendo em vista unicamente a política reacionária do PT, esses senhores puseram um sinal de igual entre o PT e a direita golpista. Em seguida, lançaram mão dos mesmos argumentos que a direita usou para justificar a legalidade do impeachment (está previsto na Constituição, a corrupção do PT, a predominância do papel do legislativo, do judiciário e das manifestações da direita na substituição de um governo por outro). Acreditando que o Golpe é uma etapa progressiva do processo revolucionário, graças a derrubada do PT, reproduzem o reacionário discurso moralista e anticorrupção da direita. Por fim, comemoraram com a direita a derrubada de Dilma ("já vai tarde") e exigem a prisão de Lula:
PSTU: "A prisão de Lula";
Esses senhores acreditam que podem tomar um atalho para sua autoconstrução tirando uma casquinha da reação política. Uns mais entusiastas e outros envergonhados, apoiam a onda contrarrevolucionaria, participam de suas manifestações de rua, defendem o impeachment e a prisão da direção petista, buscam aprimorar a torquemada operação "Lava Jato", o pré-ambulo de um ataque de proporções muito maiores ao proletariado e suas conquistas históricas.
Relutam: "não considero mais o PT de esquerda". Em relação a direita o PT segue sendo de esquerda, reformista. Ainda que suas reformas sejam muito limitadas e se mesclem com medidas neoliberais, fruto de sua adaptação a pressão do imperialismo e do grande capital, as ambições da direita contra as condições de vida das massas são muito mais perversas e não é pondo um sinal de igual entre PT e a direita que vamos superá-lo. O PT se aburguesou, mas segue sendo a referência de esquerda para a população. As massas também sabem que o PT não é mais aquele, mas não possuem nada melhor em sua resistência pacífica pela conservação de suas condições de vida. Não é por acaso que os golpistas querem prender Lula e tirá-lo das competições eleitorais futuras. "Sim, mas o PT...". Sim, o PT traiu e vai continuar traindo a população trabalhadora e precisamos superá-lo, mas com uma nova onda ascendente do proletariado e não com pretensos atalhos oportunistas em favor da contrarrevolução.
Leon Trotsky, a quem essas correntes confusamente reivindicam o legado, condenou duramente os stalinistas no chamado "terceiro período", para quem o governo social democrata era o principal inimigo. Essa política sectária permitiu a ascensão do nazismo:
"O problema se reduz, pois, à correlação de forças. Sair à rua com a palavra de ordem 'abaixo o governo (social-democrata na Prússia) Brüning-Braun!' quando, segundo a correlação de forças, esse governo só pode ser substituído por um governo Hitler-Hugenberg (ou seja, um governo muito mais à direita), é puro aventureirismo. A mesma palavra de ordem adquire, entretanto, um sentido inteiramente diverso se se torna a introdução à luta do proletariado pelo poder. No primeiro caso, os comunistas teriam aparecido aos olhos das massas como auxiliares da reação; no segundo, a questão de saber como votam os fascistas antes de serem esmagados pelo proletariado perderia todo o significado político." (Leon Trotsky, Contra o nacional comunismo, Agosto de 1931, Revolução e Contra-Revolução na Alemanha, p. 77, Editora Sundermann, 2011).
"Entretanto, o Partido chegou à insurreição de outubro passando por uma série de degraus. Durante a demonstração de abril de 1917, uma parte dos bolcheviques lançou a palavra de ordem: 'Abaixo o governo provisório'. O Comitê Central logo chamou à ordem os ultra-esquerdistas. Devermos, bem entendido, propagar a necessidade de derrubar o governo provisório; mas, não podemos ainda chamar as massas à rua por essa palavra de ordem, pois estamos ainda em minoria na classe operária. Se, nessa condições, conseguíssemos derrubar o governo provisório, não o poderemos substituir e, por conseguinte, auxiliaremos a contra-revolução. É preciso explicar pacientemente às massas o caráter anti-popular desse governo antes que soe a hora de sua derrubada.Tal foi a posição do Partido". (p. 78, Revolução e Contra-Revolução na Alemanha - Editora Sundermann, 2011).
Os aventureiros de hoje se recusam a aprender com o passado, com o presente e não levam em conta nem as obras que suas próprias editoras publicam.
É bem verdade que as analogias carregam em si todos os limites que podem ter uma comparação quando relacionadas as diferenças entre épocas históricas, situações na luta de classes, atores sociais, mas aqui o essencial é saber se no Brasil de 2016, sob um governo de colaboração de classes estávamos a vésperas de um golpe de Estado - como o de Kornilov (militar) ou da conquista da hegemonia parlamentar pela reação (Hitler) - ou as vésperas da derrubada de todo o regime burguês (incluindo a ala do PT e da oposição de direita) pelo proletariado revolucionário? Essa é uma questão que não se resolve por princípios abstratos ou fórmulas polêmicas, mas pela relação de forças entre as classes.
Mas, a vida real tem obrigado a que esses senhores paguem caro por seu delírio funcional ao golpismo. Após 14 anos de governo do PT, o PSTU desviou-se da acertada crítica a degeneração burguesa petista, para um sectarismo pró-imperialista, inverso a degeneração oportunista do PT, mas mais nocivo. O PSTU converteu-se na maior seção da LIT após a implosão do MAS argentino pelo apoio dessa organização a contrarrevolução restauracionista na URSS, Leste Europeu, Cuba, etc. O PSTU seguiu o mesmo curso stalinofóbico e estendeu sua fobia a todos os populistas burgueses. Desse modo, apoiou as ofensivas supostamente democráticas do imperialismo na Venezuela, Bolívia, Líbia, Síria, Ucrânia. Apoiou a repressão da Irmandade Muçulmana pela ditadura Egípcia. E, “coerentemente” apoiou o Golpe de Estado no Brasil. Com essa política, em vez de ganhar a base de massas do PT a partir do desgaste político do oportunismo, perdeu a própria base partidária por sectarismo. Aparecendo como auxiliar da reação, o PSTU, que era a maior organização "trotskista" do país, encolheu de um ano para o outro. Em vez de se beneficiar com a derrota do PT, implodiu. Mais de 800 militantes romperam com o partido em todo país, perdeu para o PCdoB o Sindicato dos metroviários de São Paulo, o de maior importância política que dirigia. No racha, perdeu toda sua participação parlamentar e passou a ser o lanterninha em termos de votos dentre os partidos da extrema esquerda.
É bem verdade que as analogias carregam em si todos os limites que podem ter uma comparação quando relacionadas as diferenças entre épocas históricas, situações na luta de classes, atores sociais, mas aqui o essencial é saber se no Brasil de 2016, sob um governo de colaboração de classes estávamos a vésperas de um golpe de Estado - como o de Kornilov (militar) ou da conquista da hegemonia parlamentar pela reação (Hitler) - ou as vésperas da derrubada de todo o regime burguês (incluindo a ala do PT e da oposição de direita) pelo proletariado revolucionário? Essa é uma questão que não se resolve por princípios abstratos ou fórmulas polêmicas, mas pela relação de forças entre as classes.
Mas, a vida real tem obrigado a que esses senhores paguem caro por seu delírio funcional ao golpismo. Após 14 anos de governo do PT, o PSTU desviou-se da acertada crítica a degeneração burguesa petista, para um sectarismo pró-imperialista, inverso a degeneração oportunista do PT, mas mais nocivo. O PSTU converteu-se na maior seção da LIT após a implosão do MAS argentino pelo apoio dessa organização a contrarrevolução restauracionista na URSS, Leste Europeu, Cuba, etc. O PSTU seguiu o mesmo curso stalinofóbico e estendeu sua fobia a todos os populistas burgueses. Desse modo, apoiou as ofensivas supostamente democráticas do imperialismo na Venezuela, Bolívia, Líbia, Síria, Ucrânia. Apoiou a repressão da Irmandade Muçulmana pela ditadura Egípcia. E, “coerentemente” apoiou o Golpe de Estado no Brasil. Com essa política, em vez de ganhar a base de massas do PT a partir do desgaste político do oportunismo, perdeu a própria base partidária por sectarismo. Aparecendo como auxiliar da reação, o PSTU, que era a maior organização "trotskista" do país, encolheu de um ano para o outro. Em vez de se beneficiar com a derrota do PT, implodiu. Mais de 800 militantes romperam com o partido em todo país, perdeu para o PCdoB o Sindicato dos metroviários de São Paulo, o de maior importância política que dirigia. No racha, perdeu toda sua participação parlamentar e passou a ser o lanterninha em termos de votos dentre os partidos da extrema esquerda.
Vários outros grupos menores como o MES, Esquerda Marxista (EM), LER-MRT, LBI, que expressaram variações mais oportunistas ou mais sectárias dessa capitulação a ofensiva da direita se viram obrigados a se descolar dessa tendência liquidacionista. Parte desses grupos, como o PCB e a EM se reposicionou fazendo seguidismo ao MTST na Frente Povo Sem Medo, que apesar de confusamente apontar uma saída eleitoral para a crise "Diretas já!", foi uma evolução em relação a política que defendiam.
O MRT, embora tenha acertadamente saído da órbita do PSTU para não afundar junto com aquela canoa furada, acredita que a saída para a crise é a convocação de uma "assembléia constituinte livre e soberana". Nesse momento, essa posição alimenta perigosas ilusões constitucionalistas e parlamentaristas que na atual correlação de forças entre as classes só ajuda a direita a liquidar de modo reacionário o que sobrou da constituição de 1988 e consumar o Golpe dentro do Golpe, instituir eleições indiretas para presidente e permitir um fortalecimento do regime golpista.
A trajetória da EM, grupo de Allan Woods no Brasil, é a mais cheia de zig-zags, surgiram do lambertismo, grupo centrista defensor da política oportunista do PT pela esquerda, a EM seguiu com essa política equivocada dentro do PT mesmo após a ruptura com OT. Foi só quando se ganhou força a ofensiva reacionária da direita golpista antipetista que a EM rompe covardemente com o PT embelezando a onda reacionária afirmando que “Não existe onda conservadora no Brasil" "o que existe é um saudável desejo de mudança.” Agora, progressivamente diante de tantos giros oportunistas, a EM segue a direção do MTST dentro da Frente Povo Sem Medo.
O MRT, embora tenha acertadamente saído da órbita do PSTU para não afundar junto com aquela canoa furada, acredita que a saída para a crise é a convocação de uma "assembléia constituinte livre e soberana". Nesse momento, essa posição alimenta perigosas ilusões constitucionalistas e parlamentaristas que na atual correlação de forças entre as classes só ajuda a direita a liquidar de modo reacionário o que sobrou da constituição de 1988 e consumar o Golpe dentro do Golpe, instituir eleições indiretas para presidente e permitir um fortalecimento do regime golpista.
A trajetória da EM, grupo de Allan Woods no Brasil, é a mais cheia de zig-zags, surgiram do lambertismo, grupo centrista defensor da política oportunista do PT pela esquerda, a EM seguiu com essa política equivocada dentro do PT mesmo após a ruptura com OT. Foi só quando se ganhou força a ofensiva reacionária da direita golpista antipetista que a EM rompe covardemente com o PT embelezando a onda reacionária afirmando que “Não existe onda conservadora no Brasil" "o que existe é um saudável desejo de mudança.” Agora, progressivamente diante de tantos giros oportunistas, a EM segue a direção do MTST dentro da Frente Povo Sem Medo.
A Unipa, uma organização anarquista bakuninista desdenhava do golpe em 2015 criticando as manifestações antigolpista: "O palanque era para os políticos venderem suas ilusões, reforçando o mito do “golpe” e, logo depois, usar este medo para defender o governo Dilma e a “democracia”. (A Causa do Povo, 73, 2015), para após o golpe, em maio de 2016, mudar para "Hoje, a ofensiva burguesa se mostra sob a forma de um golpe institucional dentro de um Estado" (A Causa do Povo, 74), golpe que agravou em muito as condições dos trabalhadores, que chamava de mito e contra o qual não se opôs.
Há grupos inclusive que nasceram em pleno golpe de Estado que até hoje rejeitam a existência do golpe de 2016, como o caso do Revolução Brasileira, um grupo oriundo do brizolismo, nascido em 2017 e que se alojou no PSOL. O o grupo rachou por sua inconsistência política e flertou com o antipetismo de Ciro até o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, quando o candidato do PDT agia como verdadeira força auxiliar do bolsonarismo. Incapaz de aprender com os próprios erros, com justificativas esquerdistas, a Revolução Brasileira chamou voto nulo nas eleições de 2022.
A LBI se condenou ao definhamento político e programático, no auge do processo golpista seguiu afirmando que o inimigo principal era o governo Dilma (posição que apagou depois) e não a ofensiva da direita que queria derrubar o Governo petista. Não por acaso, se transformou em um grupo que sequer pode ser chamado de municipal, bolsonarista de esquerda, negacionista da pandemia, acreditando que se tratasse de uma mera fantasia da indústria farmacêutica.
A capitulação do centrismo a onda contrarrevolucionária é muito mais criminosa que ao reformismo. Esses agrupamentos acreditam que a ditadura judicial-policial que vivemos e que a prisão dos membros do Partido dos Trabalhadores são uma mera deformação do "combate a corrupção". Não entendem ou não querem entender que se trata da antessala de um profundo ataque a tudo que for dos trabalhadores e que eles próprios como organizações que se reivindicam da luta pelos interesses dos trabalhadores. Ao contrário de surfarem na onda reacionária tendem a se afogar justamente por não estarem entendendo nada do que está acontecendo e se encontrarem completamente despreparados para o que acontecerá.
Poucos camaradas, armados das ferramentas e métodos do materialismo dialético, souberam prever e se preparar para a escalada golpista que segue. Será possível sobreviver, aprofundar raízes teóricas e fortalecer laços organizativos antes da próxima onda ascendente do movimento de massas, a que se aproveitará das contradições internas do regime golpista para enterrá-lo e abrir uma uma nova vaga revolucionária.
As massas, agora expectantes e órfãs diante da tragédia que lhes ameaça, logo compreenderão que estão por si mesmas, que a defesa de seus direitos conquistados, a conquista de novos e sua própria libertação só pode ser obra de sua luta.
Se a contrarrevolução triunfar e conseguir impor seu programa escravocrata, adquirirá enorme importância para o curso posterior da luta revolucionária, perguntar QUEM seriam os culpados da catástrofe. O oportunismo petista, que pavimentou o caminho da reação, e o sectarismo do PSTU e seus satélites, que apoiou a reação e ao golpe com a fraseologia semi-anarquista e agora defende junto com o MNN a prisão de Lula, assumirão cada um a sua responsabilidade perante a história. Sobre os internacionalistas revolucionários não deve cair nem uma sombra de culpa. Na hora do perigo mortal, terão de resistir até a última das trincheiras, fazer frentes únicas com o diabo e sua avó, sem esconder as divergências por baixo do tapete nem deixar de preparar o porvir de superação das ilusões das massas nas suas direções tradicionais.
Poucos camaradas, armados das ferramentas e métodos do materialismo dialético, souberam prever e se preparar para a escalada golpista que segue. Será possível sobreviver, aprofundar raízes teóricas e fortalecer laços organizativos antes da próxima onda ascendente do movimento de massas, a que se aproveitará das contradições internas do regime golpista para enterrá-lo e abrir uma uma nova vaga revolucionária.
As massas, agora expectantes e órfãs diante da tragédia que lhes ameaça, logo compreenderão que estão por si mesmas, que a defesa de seus direitos conquistados, a conquista de novos e sua própria libertação só pode ser obra de sua luta.
Se a contrarrevolução triunfar e conseguir impor seu programa escravocrata, adquirirá enorme importância para o curso posterior da luta revolucionária, perguntar QUEM seriam os culpados da catástrofe. O oportunismo petista, que pavimentou o caminho da reação, e o sectarismo do PSTU e seus satélites, que apoiou a reação e ao golpe com a fraseologia semi-anarquista e agora defende junto com o MNN a prisão de Lula, assumirão cada um a sua responsabilidade perante a história. Sobre os internacionalistas revolucionários não deve cair nem uma sombra de culpa. Na hora do perigo mortal, terão de resistir até a última das trincheiras, fazer frentes únicas com o diabo e sua avó, sem esconder as divergências por baixo do tapete nem deixar de preparar o porvir de superação das ilusões das massas nas suas direções tradicionais.
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