Trotsky está presente!
Há 82 anos, em 21 de agosto de 1940, no México, era assassinado Leon Trotsky por ordem de Stalin. Trotsky foi executado por Ramon Mercader, um agente infiltrado da GPU, polícia política stalinista. Trotsky, que ao lado de Lênin foi o dirigente da Revolução Socialista Russa 1917, pereceu combatendo a contrarrevolução stalinista.
Trotsky, entretanto, não é apenas sinônimo do triunfo da Revolução Russa. Apesar de intimamente vinculado as tradições de outubro, seu papel vai além desde evento histórico. Suas contribuições permanecem até os dias atuais.
Cronologicamente, Trotsky sempre foi um revolucionário comunista, desde sua descoberta do marxismo: na oposição ao tzarismo, ainda em solo Ucraniano; nas prisões intermináveis; nos calabouços medievais tzaristas e degredos; na luta incansável para organizar o Partido Operário Social-democrata Russo (POSDR); na formidável experiência da Revolução derrotada de 1905 com seu balanço , lições e perspectivas; no exílio; na vitória da Revolução em 1917; como construtor do Exército Vermelho em plena guerra civil; na derrota da contrarrevolução e do cerco imperialista; na consolidação do poder soviético; na materialização da Oposição de Esquerda; na forma como enfrentou a sinistra perseguição stalinista. Por isso, nós da Liga Comunista somos tributários de suas concepções teóricas e políticas. Trotsky é imprescindível.
Suas contribuições são partes do marxismo. Algumas são essenciais para entender a dinâmica da economia mundial e o desenvolvimento do imperialismo. Trotsky nos ajuda a compreender como o capitalismo se desenvolveu em níveis e de formas desiguais nos países centrais e nas semicolônias. Por meio do desenvolvimento desigual e combinado são preservadas formas preliminares ao capitalismo e com graus distintos de atraso. Não penas na economia, mas também, na vida social e nas manifestações políticas. Assim, como a relação imperialista entre países metropolitanos e nações periféricas dominadas.
Outra importante contribuição de Trotsky foi a Teoria da Revolução Permanente. Essa teoria é fundamental para entender a combinação dialética entre tarefas democrático burguesas e socialistas nos países de tipo semicoloniais, ou seja, de desenvolvimento retardatário capitalista, como o Brasil. Sem intercalar etapas estanques no processo revolucionário. Trotsky descobriu a possibilidade histórica de transbordamento das lutas democráticas em revolução socialista pela direção revolucionária do proletariado. Daí a crítica ao etapismo menchevique-stalinista que leva à frente ampla com a burguesia. Trotsky projetou luz sobre o problema de combater fascismo com a tática de frente única e problematizou acerca das frentes populares nos anos turbulentos da década de 1930. Após observar a degeneração burocrática do Partido Bolchevique e do processo revolucionário russo, indicou a possibilidade de restauração capitalista com uma crítica severa à teoria antimarxista de “construção do socialismo em um só país”.
A maior contribuição de Trotsky, destacada por ele próprio, foi a fundação da lV Internacional em 1938 com o programa de reivindicações transitórias para o período de agonia do capitalismo decadente: o Programa de Transição.
Nos 82 anos do assassinato de Trotsky pelo stalinismo, reafirmamos o legado de Trotsky.
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