Vitória da Greve Operária sobre os Caloteiros da Ekos/Hapivida
Construção Civil, Pernambuco: Vitória da Greve contra os Caloteiros da Ekos/Hapivida.
Há exatos um mês da última paralização e da jornada de lutas vitoriosa dos operários da Ekos Brasil Engenharia na obra da Hapivida na ilha do leite em Recife, os operários novamente deflagraram outra greve exigindo os pagamentos dos salários atrasados e a reintegração dos demitidos em retaliação a participação na jornada de lutas de janeiro.
Os episódios da jornada de luta de janeiro tiveram como
consequência os imediatos pagamentos dos salários atrasados e o 13o salário, mas implicaram na demissão de algumas dezenas de operários que se
envolveram no movimento paredista. Uma atmosfera anti-sindical com retaliações,
perseguições e inúmeras ameaças vicejou na obra, constrangendo o ambiente operário. No entanto, não surtiu o efeito de intimidação, logo que a Ekos/Hapvida tentaram
outra vez aplicar o calote, a peãozada, em uma vibrante assembléia no último dia
08/02, em uníssono, decretou paralisação por tempo indeterminado.
Como afirmou irretocavelmente um operário durante a
assembléia ao FOLHA do TRABALHADOR: “A peãozada, não suporta mais tanto
desaforo, a peãozada decidiu por unanimidade cruzar os braços e só voltamos a
trabalhar quando a Ekos pagar os salários e reintegrar os demitidos na última greve”.
O sindicato tem dirigido a luta e está em sintonia com o
sentimento dos operários. Um dirigentes da Marreta (nome da gestão do Sindicato) enfatizou: A única linguagem
que os patrões entendem é essa: sem salário e sem pão é greve na construção! - e
acrescenta - quando a questão é salário e perseguição a trabalhadores a Marreta
não transige”.
Finalmente, sob inflexão da luta operária, no mesmo dia
08/02 a Ekos/Hapvida, cujo patrão é o bilionário mais rico do Ceará, foi obrigada a efetivar os pagamentos em atraso, iniciando
também um processo administrativo para a reintegração dos demitidos.
Mais uma vitória da mobilização operária e do sindicalismo combativo
e independente.
Indubitavelmente, a mobilização operária e popular tem se
desenvolvido, gradativamente. Embora, ainda com muita timidez, o proletariado
progressivamente vem levantando a cabeça, no diapasão da crise e nos limites do
terreno econômico-sindical, a medida que espiral de crise vai se alargando e
aprofundando seus efeitos deletérios sob o conjunto do proletariado, indo no
mesmo compasso, vai afetando outros
ramos da produção capitalista e lentamente se generalizando.
Mutuamente, a crise capitalista e a mobilização operária vão
tensionando o movimento operário sindical aos seus limites, é imperativo a
superação do imediatismo e de seus limites economicistas e sindicaleiros, como
que desaguasse com seu curso, no seu leito natural, sobrepondo-se fatal e impositivamente na ordem
do dia, a luta política, ou seja, neste caso, a greve geral de massas.
Mesmo sendo muito prematuro ainda para se fazer essas
ilações ou prestidigitações, a sensação que temos, é que, não obstante, essas
mobilizações operárias, ainda que isoladas e parciais, são importantes sinais insinuantes que indicam uma
mudança sutilmente qualitativa.
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