Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro - Lula presidente
Uma frente necessária contra Bolsonaro e o imperialismo na atual etapa de luta contra o golpe
Balanço da "Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro – Lula Presidente"
João Pedrosa e Davi Lapa
Nos dias 06 e 07 de novembro, se realizou em São Paulo a Plenária Nacional Fora Bolsonaro – Lula Presidente. Foi convocada por um esforço conjunto do Partido da Causa Operaria, do Partido Comunista do Povo Brasileiro e por nossa organização, a Frente Comunista dos Trabalhadores - Comitê de Ligação Quarta Internacional. Com a predominância da militância do PCO, a Plenária Nacional teve aderência de vários movimentos sociais, sindicatos e ativistas, movimentos indígenas, atraindo, inclusive, setores do PT e do movimento sindical e popular descontentes com a orientação política de enterrar a luta de ruas para começar a campanha eleitoral.
O movimento pelo Fora Bolsonaro entrou em um impasse interno e caiu na armadilha da Frente Ampla. A jornada de manifestações nascidas em maio foi encerrada porque a maioria das direções partidárias, sindicais e populares não estiveram interessadas em massificar a convocação e mobilização da classe trabalhadora para a luta de rua. Além disso, essas direções foram seduzidas pela ideia de uma ampliação "por cima", do palanque, com “ex”-bolsonaristas.
Nos dias 06 e 07 de novembro, se realizou em São Paulo a Plenária Nacional Fora Bolsonaro – Lula Presidente. Foi convocada por um esforço conjunto do Partido da Causa Operaria, do Partido Comunista do Povo Brasileiro e por nossa organização, a Frente Comunista dos Trabalhadores - Comitê de Ligação Quarta Internacional. Com a predominância da militância do PCO, a Plenária Nacional teve aderência de vários movimentos sociais, sindicatos e ativistas, movimentos indígenas, atraindo, inclusive, setores do PT e do movimento sindical e popular descontentes com a orientação política de enterrar a luta de ruas para começar a campanha eleitoral.
O movimento pelo Fora Bolsonaro entrou em um impasse interno e caiu na armadilha da Frente Ampla. A jornada de manifestações nascidas em maio foi encerrada porque a maioria das direções partidárias, sindicais e populares não estiveram interessadas em massificar a convocação e mobilização da classe trabalhadora para a luta de rua. Além disso, essas direções foram seduzidas pela ideia de uma ampliação "por cima", do palanque, com “ex”-bolsonaristas.
A última manifestação da jornada de atos nacionais contra Bolsonaro ocorreu,não por acaso, no dia 02 de outubro quando se montou um ato com os dirigentes golpistas “para ampliar a frente”. O resultado foi justamente o inverso do prometido, tanto porque os golpistas não querem mobilizar contra Bolsonaro, quanto pela desconfiança dos manifestantes tradicionais da esquerda com os novos oposicionistas.
A frente ampla é uma armadilha antipetista de uma fração dos que tiveram na linha de frente do golpe de 2016, dos que elegeram Bolsonaro em 2018, e dos que fazem “trabalho de sapa”, como Ciro, no sentido de viabilizar uma candidatura de terceira via.
Esquálida por compartilhar o mesmo programa econômico bolsonarista e odiado pela população, a heterogênea 3a via não passa de uma 2a via do golpismo diante do desgaste político do bolsonarismo governante. Os postulantes a candidatura da 3a via tem em comum a aversão a candidatura petista e pretendem pelo menos desfigurar a candidatura Lula. Não obstante, a aposta dos paladinos do frenteamplismo em subordina a luta popular a cadência do calendário eleitoral de 2022, refreou a jornada de manifestações de rua e finalmente logrou desmobilizá-la.
A chamada terceira via é sangue do sangue do bolsonarismo. Foram os partidos que compõem essa frente ampla que impulsionaram a criação do fenômeno político Bolsonaro em 2018. O PSDB era o partido principal da oposição burguesa durante todo os governos do PT e foi através da candidatura presidencial desse partido que se começou o processo golpista já durante as eleições de 2014.
A frente ampla é uma armadilha antipetista de uma fração dos que tiveram na linha de frente do golpe de 2016, dos que elegeram Bolsonaro em 2018, e dos que fazem “trabalho de sapa”, como Ciro, no sentido de viabilizar uma candidatura de terceira via.
Esquálida por compartilhar o mesmo programa econômico bolsonarista e odiado pela população, a heterogênea 3a via não passa de uma 2a via do golpismo diante do desgaste político do bolsonarismo governante. Os postulantes a candidatura da 3a via tem em comum a aversão a candidatura petista e pretendem pelo menos desfigurar a candidatura Lula. Não obstante, a aposta dos paladinos do frenteamplismo em subordina a luta popular a cadência do calendário eleitoral de 2022, refreou a jornada de manifestações de rua e finalmente logrou desmobilizá-la.
A chamada terceira via é sangue do sangue do bolsonarismo. Foram os partidos que compõem essa frente ampla que impulsionaram a criação do fenômeno político Bolsonaro em 2018. O PSDB era o partido principal da oposição burguesa durante todo os governos do PT e foi através da candidatura presidencial desse partido que se começou o processo golpista já durante as eleições de 2014.
E quem não se lembra do esvaziamento político da própria candidatura presidencial do PSDB, em 2018, em favor da candidatura de Bolsonaro? E quem não se lembra da dobradinha “BolsoDoria” na segunda principal eleição do país, a do governo de São Paulo? E quem são os partidos que hoje se recusam a fazer ampla maioria pelo impeachment? Querem projetar sua 3ª via para elegerem um dos seus contra a possibilidade da volta do PT ao governo diante do desgaste político de Bolsonaro. Mas, justamente por sabotarem a luta de rua pelo “Fora Bolsonaro!”, sabotam o próprio desgaste político de Bolsonaro, mesmo com a política do genocida durante a pandemia, e acabam por sabotar a si mesmos como alternativa burguesa ao bolsonarismo. Em resumo, a 3ª via é a 2a via do golpismo diante do desgaste do bolsonarismo e ao sabotar o Fora Bolsonaro e até o impeachment, sabota a si mesma como alternativa de direita para 2022.
Uma armadilha que contraditoriamente conta com a cumplicidade da política de conciliação de classes da direção petista. Sendo um desvio crônico, incurável, aprofundado com o aburguesamento do partido pelos anos de governo, o PT sofre um ventriloquismo de frações burguesas.
Por outro lado, aos olhos das amplas massas, a candidatura de Lula, proibida pelo regime golpista em 2018, é a única candidatura oposta a de Bolsonaro, o presidente mais perverso e anti-operário da história do país. A orientação política de tentar atrair os golpistas para uma frente eleitoral em oposição ao fortalecimento da luta de massas contra o conjunto do golpismo fragiliza a candidatura Lula, sua força popular e favorece um novo golpe político contra o PT, como foram a prisão de Lula e todo o processo manipulado das eleições de 2018.
Essa orientação política da direção do PT contribuiu imensamente com toda a perseguição que o PT sofreu da direita e dos EUA desde sempre e continuará contribuindo. Essa orientação política também explica porque o PT apoiou ou pelo menos foi amistoso com a 1ª Conferência Nacional dos Comitês de Luta Contra o Golpe em 2018 e porque não apoiou a Plenária Nacional de 2021, apesar da defesa do segundo eixo principal da Plenária ser a defesa da candidatura Lula.
A Plenária Nacional pelo Fora Bolsonaro foi positiva, como expressão da resistência ao impasse criado pelas direções da frente popular de priorizar a conciliação com os golpistas. Foi positiva, exatamente por que representa um divisor de águas, que esgrima na superação qualitativa deste embaraço político.
Contando com a participação entusiasmada e sinérgica de mais de 500 ativistas dos partidos, dos movimentos sociais e dos sindicatos que se articularam em sua mobilização, ela condensou o sentimento de esperança mudancista represado e poderá em certas condições de temperatura e pressão se estabelecer como um pólo de atração político, capaz de dinamizar um amazônico movimento popular, mais ainda, poderá ser o nascedouro de uma Frente Única Operaria armado-a com uma plataforma comum de reivindicações operário e popular, organizada em todo o País.
A FCT-CLQI foi responsável por unir importantes sindicatos operários e movimentos populares ao manifesto de convocatória para a Plenária Nacional. Esteve presente contribuindo para enriquecer a análise dos eixos políticos centrais que balizam a situação política atual.
Entendemos também que a oposição luta de ruas x luta eleitoral está errada. As ruas devem ser o terreno principal da luta da classe trabalhadora, daí nossa crítica ao oportunismo eleitoral. Mas, também entendemos que a classe deve ter candidaturas para disputar a luta eleitoral que é o terreno principal do regime burguês, daí nossa crítica ao anarquismo e ao abstencionismo sectários. Quando o trabalhador vota em um candidato ele se pensa constituído com o seu representante político e participa indiretamente da luta política. Deve fazê-lo de forma crítica e atenta para superar as suas ilusões eleitorais e compreender que só realizará suas mais profundas demandas quando se envolver diretamente na luta política pela conquista revolucionária do poder. Quando se abstém ou anula o voto, ele não participa da luta política eleitoral e, pensando estar dando uma saída radical para o problema político (com um fora todos!, por exemplo) talvez não se sinta cobrado a atuar na política concreta, tal como ela está e a consciência da classe está, com suas determinações e fenômenos momentâneos.
Participamos, problematizando pelo menos alguns elementos fundamentais do processo político golpista e suas conseqüenciais, todavia, tratando com ênfase o novo ciclo de acumulação capitalista do golpismo, desencadeado a partir de 2016, do papel do imperialismo estadunidense e do oportunismo político do social-reformismo suas insuficiências e limites.
Destacamos em detalhes o papel negativo do frenteamplismo, que significa uma derrota tácita para o movimento operário, experiência fracassada em varias latitudes, em contraponto explicamos a necessidade da organização de uma frente única operaria e de uma plataforma de reivindicação e luta.
Mas, a contribuição central da FCT a Plenária Nacional, foi a campanha internacional em defesa de Cuba e contra a ofensiva do imperialismo estadunidense na America Latina, em particular, sua recente investida, sobre o estado operário Cubano e suas conquistas revolucionarias. Tema que teve como desdobramento uma serie de ações políticas no ultimo dia 15, rechaçando os atos gusanos em Cuba. Aconteceram protestos em frente aos consulados dos EUA e ações de apoio em frente dos consulados de Cuba no Brasil e em diversas partes do mundo.
Importante destacar ainda, o papel do camarada Levi Pedro, operário da construção civil do Espírito Santo, histórico fundador do PT, ativista do núcleo operário do bairro da Lapa em São Paulo, atualmente, membro da Direção Nacional da FCT-CLQI, cuja intervenção na Plenária Nacional Fora Bolsonaro - Lula Presidente, além de contribuir politicamente verbalizando nossas posições, emprestou a ela, uma feição e uma substância operária, energizando e empolgando os participantes. Também presente na abertura da plenária, falando virtualmente, esteve o camarada David Rodrigo Capistrano, operário da Construção Civil de Pernambuco.
O saldo organizativo da Plenária é positivo, consideramos uma conquista política do proletariado, portanto, plenamente exitosa. Ao final foi formada uma comissão de redação nacional das resoluções que dela advieram, e uma Coordenação Nacional.
Ademais, propusemos que se realize um circuito de plenárias regionais, replicar em seguida uma nova edição da Plenária Nacional, visando aumentar sua dimensão, amplificar sua envergadura organizativa, seu alcance e ressonância política.
Isso será possível se esse primeiro passo for precedido de outros que demonstrem para a toda a população trabalhadora, castigada por esse governo, e para toda a vanguarda classista que aqui está a ala mais firme e decidida dos que lutam pelo fim do governo Bolsonaro e de todo o ciclo do processo golpista iniciado em 2016.
A Plenária Nacional foi um passo importante para reunir aqueles que defendem intransigentemente o direito da população a eleger Lula, e aqueles que querem ir mais além dos limites políticos da frente popular, os que lutam por um governo revolucionário dos trabalhadores.
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