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#19J - Por uma Jornada Unificada de lutas! Por Assembleias Populares em todo o país!

  


Por uma Jornada Unificada de lutas!
Por Assembleias Populares em todo o país!

Reproduzimos o panfleto para o 19 de junho (#19J) - o dia nacional de luta para o qual estão confirmados 408 protestos em 401 cidades - do Grupo Emancipação do Trabalho, uma frente de organizações e militantes trotskistas, do qual fazemos parte.

F. A. S., 26 anos, costureira, trabalhava em uma empresa média com carteira assinada, assim como o marido. Mãe de três crianças e grávida, contraiu Covid. O marido precisou se afastar do trabalho para cuidar dos filhos e da casa e ambos foram demitidos. Ficaram sem condições de pagar o aluguel de quase 400 reais, além das contas de comida, água, luz, gás, internet, ... Chegou a receber o auxílio emergencial que depois foi reduzido. A família ficou desempregada e sem teto durante a pandemia. Uniram-se a dezenas de outros trabalhadores em situação similar para ocupar um terreno abandonado há décadas. Em um ataque policial contra a ocupação, F.A.S. perdeu o bebê. Apesar de tudo, seguiu firme na ocupação Carlos Marighela, que resistiu por vários meses contra várias outras ameaças de despejo, obteve a solidariedade de vários partidos, sindicatos e organizações de esquerda e saiu vitoriosa.

Panfleto do Grupo Emancipação do Trabalho para o #19J

A pobreza e a extrema pobreza castigam 61,1 milhões de brasileiros. O desemprego já bateu o recorde e atingiu 14,4 milhões de pessoas, maior número em uma década. Negros, mulheres e pessoas com menos escolaridade são mais atingidos. A inflação oficial (IPCA) registrou a maior alta em 25 anos. Os preços dos combustíveis e o gás de cozinha não param de subir. Correios, Eletrobrás e Caixa Econômica estão ameaçados de serem privatizados ainda esse ano. O que vai encarecer (ainda mais) seus serviços, como a conta de luz, e aumentar ainda mais o número de desempregados. 

Nós empobrecemos para que eles fiquem ricos. O governo Bolsonaro é um governo fascista e perverso que conduz um novo ciclo de enriquecimento dos patrões. Chantageando com golpes e potenciando a pandemia o governo faz aumentar a miséria, desemprego, desespero e a fome. A maior aspiração do governo é consolidar uma ditadura militar, policial e miliciana, dando um golpe para não sair mais do poder. As últimas eleições presidenciais, em 2018, já sofreram a intervenção do alto comando das FFAA para que Lula, o candidato em que grande parte da população pretendia votar, continuasse injustamente preso. Aquela eleição foi a continuidade e o aprofundamento do golpe de 2016. E as eleições de 2022 só não serão fraudadas se nós não deixarmos.

Embora existam diferenças entre a Globo, o STF, o PSDB com Bolsonaro, todos estavam juntos no golpe e seguem juntos em uma frente de patrões, golpeando as condições de vida da população. Nós, trabalhadores, precisamos criar nossa própria frente, nos unirmos pelos nossos interesses comuns. Para lutar contra a fome, a miséria, o desemprego, os despejos, a violência policial e a pandemia, nas ruas e nas eleições, para lutar por um governo próprio dos trabalhadores. Dessa vez, só nosso, sem patrões. O golpe de 2016 foi o resultado da frente ampla dos trabalhadores com os patrões. Tá claro que nós só podemos confiar em nós mesmos e não nos que há 6 anos se juntaram com Bolsonaro para realizar um golpe contra nós.

Precisamos de uma frente única dos partidos de esquerda dos trabalhadores para nos manteremos vivos, não apenas para as eleições de 2022. Para nos livrarmos de Bolsonaro e dos tantos militares que se apossaram do Estado precisamos organizar comitês de desempregados, de compartilhamento de cestas básicas, de apoio as ocupações, plenárias, greves, fundos de auxílio mútuo. Se a maioria dos trabalhadores já é obrigada a se expor ao vírus para trabalhar, ficar em casa sem lutar não resolve o problema da pandemia. É preciso sair à rua com cuidado, mas sair a luta para não morrer de fome, nem de tiro, nem de Covid.

O 29 de maio foi importante. O 19 de junho também. Mas precisamos de mais do que isso para resolver a parada. “Fora Bolsonaro!” só para desgastar o governo, não é suficiente para nós. É preciso de um plano nacional unificado de mobilização e luta, com manifestações unitárias, sem divisionismo, organizadas por Assembleias Operárias Populares para defender a vida dos trabalhadores. Precisamos de uma jornada de lutas contínua para garantir a implementação de medidas que nos tirem do sufoco atual. Nós do Emancipação do Trabalho pensamos que algumas dessas medidas para combater a Pandemia e sair da Crise devam ser:

1. Vacinação imediata e em massa para toda a população, priorizando os setores mais pobres e vulneráveis!

2. Auxílio emergencial de um salário mínimo para todos os subempregados e desempregados!

3. Contra a inflação, pelo congelamento dos produtos da cesta básica, do gás, combustíveis e alugueis. 

4. Isenção de todas as tarifas com continuidade de prestação de serviços de água, energia, internet!

5. Nenhuma demissão nem despejo na cidade e no campo!

6. Estatização sem indenização das grandes empresas que demitirem!

7. Estatização e controle pelas organizações dos trabalhadores das empresas farmacêuticas, de insumos médicos e do sistema privado de saúde!

8. Anistia geral das dívidas dos trabalhadores com a agiotagem dos bancos e cartões de crédito! Crédito para associações e cooperativas de produção sem juros!

9. Não retorno às aulas presenciais até a vacinação de toda a população!

10. Revogação das reformas trabalhista, previdenciária e de todas as medidas golpistas.

11. Plenos direitos de cidadania brasileira para todos os imigrantes.

12. Abaixo o governo Bolsonaro, Mourão e todos golpistas!

13. Que os milionários, banqueiros e as empresas estrangeiras paguem pela crise! 

14. Contra a opressão às mulheres, negros e lgbtqa+ da classe trabalhadora, aos indígenas e quilombolas!

15. Pelo fim da repressão à classe trabalhadora!


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