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Ciência e Matéria: O universo sempre existiu, mas o Big Bang, não

O universo sempre existiu, mas o Big Bang, não

Leon Carlos, TMB Argentina, membro do Comitê de Ligação pela IV Internacional

A teoria do Big Bang afirma que o universo teve sua origem a partir de uma “grande explosão”. Por várias décadas, esta foi a teoria dominante para explicar o desenvolvimento inicial do universo.

Mas, foram descobertas “supernovas”, corpos celestes que se assemelham a nuvens brilhantes e são nascidas da explosão de estrelas, cuja existência contradiz a possibilidade da existência de um “Big Bang”. Existem várias teorias que tentam resolver os problemas do “Big Bang”. uma delas é a do físico Wun Yi Shu, de Taiwán. A teoria de Shu estabelece que o espaço e o tempo não são elementos independentes. Segundo ele, o universo teria 4 dimensões, 3 são as dimensões do espaço, altura, largura, profundidade. A quarta dimensão seria o tempo.

A teoria do Big Bang compreendia o universo como sendo plano. Nas novas hipóteses levantadas por Shu, que até agora se demonstraram mais coerentes, o universo seria uma imensa esfera de 4 dimensões, sem princípio nem fim em termos de espaço e tempo, convertendo-se um no outro, pois na medida que o universo se expande, o tempo vai se transformando em espaço.

A ideia do Big Bang sofre uma clara influencia religiosa de que tudo foi criado do nada por obra de um ser supremo, um Deus. Seu autor foi o padre belga Georges Lemaître, que tratou de direcionar a teoria de Einstein para justificar a sua ideia do criador originário, dando assim origem ao Big Bang.
O físico Wun Yi Shu
Assim como não houve uma origem, a teoria de Shu também descarta o fim da universo, o Big Crunch.

A teoria de Shu combina elementos das principais teorias do século XX, a teoria da relatividade de Einstein e a física quântica de Planck, aos quais aplicam ainda métodos do físico David Bohm, para provar, a partir da ideia da hiper-esfera, que o universo sempre existiu. Além deste, esta teoria corrobora mais outros princípios materialistas [ 1 ]:

Confirma com bastante justeza o princípio enunciado por Engels em sua obra Anti-Duhring (1877) de que “as formas fundamentais de todo ser são o espaço e o tempo, e um ser concebido fora do tempo é tão absurdo como o seria um ser concebido fora do espaço.

Confirma a ideia monista [ 2 ], que a realidade do universo é uma só e que suas manifestações são variantes de um todo material

Estabelece as bases para o futuro da exploração de todo o universo: o espaço e o tempo, uma vez que não há qualquer elemento real que não esteja inserto nestas dimensões.

Notas

1. Entendemos por materialismo não a visão vulgar que identifica materialismo com o apego desmedido pela riquezas e ao dinheiro, mas como uma visão filosófica que é da matéria que tudo se origina, até a ideia, o pensamento. Assim, por exemplo se contamos a partir de uma referencia no número 10, sobre o qual se baseia todo o sistema decimal de pesos e medidas é porque temos 10 dedos nas mãos. Entendemos por matéria a tudo que tenha movimento.

2. Monismo é a corrente que afirma haver uma só realidade no universo. O que não quer dizer que, para estudar esta realidade, na impossibilidade de abarca-la toda de uma vez, seja preciso dividir esta realidade e sistematiza-la para analise, dando origem a diferentes áreas da ciência. Neste sentido, o monismo se opõe a uma visão da realidade constituída por fragmentos própria dos pos-modernistas.

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